domingo, 24 de maio de 2009

O Rei, a Raposa, o Rouxinol e o dia do Sim.

Era mais um dia comum na floresta. O Rei repousava sua juba a sombra de uma árvore quando ouviu uma conversa do Macaco com a Girafa:
- Eles vão mesmo se casar – disse o macaco.
- Mas que coisa mais esquisita! - Completou a Girafa.
Como não houve maiores comentários, o Leão sentiu-se obrigado a intrometer-se na conversa e averiguar de vez sobre quem falavam, afinal, se alguém quisesse se casar na sua floresta, o Rei precisava saber.
- Ora! Então não viu os convites, Majestade? Estão por todas as árvores!
Olhando para cima, o Leão leu:


“Juntos, não há estrelas que não possamos alcançar, nem sonhos que não possamos realizar”
Raposa e Rouxinol
Convidam a todos para a linda festa do SIM, que acontecerá nesta Floresta no primeiro dia de primavera...


- Não pode ser! A Raposa e o Rouxinol pretendem se casar?
- Por que não, majestade? – perguntou a Girafa, assustada e curiosa.
- Por quê? Oras! Porque desde a Arca de Noé que é cada macaco no seu galho!
Atordoado, o Rei retirou-se. Precisava impedir tal despautério.
Depois de sua saída, a Girafa:
- Tadinho do Rei, pareceu nervoso.
- Que nervoso que nada! (completou o Macaco) Isso é medo!
- Medo de quê, criatura divina?
- Deus me livre de fofoca - falou batendo a mão nas bochechas alternadamente- mas ouvi dizer que o casamento dele não vai muito bem... Anda cismado em perder a realeza, porque a Leoa, embora da mesma espécie, é muito diferente dele...

Ele sempre teve medo
Dos raios da chuva
E ela sempre teve medo
Dos pingos do sol
E ele sempre teve medo
Do sol, da chuva
Do casamento da raposa com o rouxinol
E ele sempre teve medo
De abrir a boca
Ela sempre teve medo
De perder a voz
Ele sempre teve medo
De mirar a mesa
Quebrar a louça
E não poder voltar atrás (1)

Quando o Macaco terminou, a Girafa deu de ombros, ou melhor, teria dado de ombros caso tivesse um, e foi-se embora.
No dia enfim em que as flores apareceram, a bicharada reuniu-se próxima ao lago da Floresta esperando a chegada dos noivos. Primeiro veio o Rouxinol, muito delicado e bem vestido, pousou sobre a pedra e aguardou o apontar de sua noiva.
Quando a Raposa apareceu, o Rouxinol soprou suave seu lindo canto e a Raposa seguiu a voz de seu querido. Todos ficaram emocionados com aquela cena. Todos, menos o Leão que aguardava o momento certo para o “ataque”.
A Lebre comandava a cerimônia o mais rápido que podia temendo a interrupção do Rei, mas logo na hora em que perguntava

- Sr. Rouxinol e Sra. Raposa, é de livre e espontânea vontade que pretendem unir suas espécies neste dia de primavera?
O Rei foi mais ágil que o “SIM” dos noivos e rugiu:
- Arrrrrrghhhhh!
Daí foi a maior correria: era bicho que voa pulando na água, era bicho peludo tentando voar; e o Rei cheio de autoridade:
- Esse casamento não pode acontecer! Pense bem dona Raposa: você é ágil, forte e grande, o que pode querer com o Rouxinol, uma minúscula ave que só pode mesmo cantar?
O Rouxinol e a Raposa não disseram que “não”. Apenas se olharam. O Rei continuou:
- Rouxinol... Você voa! Pode ganhar o mundo! Como ficar preso a terra com uma Raposa?
A Raposa e o Rouxinol não disseram que “sim”. Apenas se entreolharam, e o Leão esbravejou:
- Não adianta! Eu ainda sou o Rei da Floresta e enquanto juba eu tiver, vocês não casam! Eu sou o Rei e decido as leis por aqui! Continua tudo igual, continua cada bicho em seu lugar!
Dizendo isso, saiu.
Todos saíram.
Menos os noivos que ficaram se olhando, buscando o entendimento para tanta ira.
Não encontraram respostas.
Não legitimaram seu “SIM” naquela tarde de primavera.
Não souberam que o Rei era metido, mas sabia das coisas.
Sim. Ele sabia que daquela união poderia nascer um animal forte como a Raposa e encantador como o Rouxinol...
O Leão sabia que isso podia acontecer e teve medo.
Teve medo do novo.
Teve medo de novo.
Teve medo do sol e da chuva.
Teve medo do casamento da Raposa com o Rouxinol.

Moral da História: Quando o Leão é medroso, Raposa e o Rouxinol namoram, mas não dizem SIM.



* (1) O Casamento da Raposa com o Rouxinol, composição de Alceu Valença.

By : Clara Rohem ^^ no rol das melhores amigas

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Quase um conto de fadas...

Quem nunca ouviu uma palavra e achou q fosse sincera? Quem nunca pensou que quando duas pessoas se gostam, elas precisam ficar juntas? Enfim, quem nunca pensou estar vivendo um conto de fadas e descobrir-se num pesadelo?
É dessas histórias que procuro fugir, não entender, nem explicar apenas sentir. Sentimento ruim que aflige a alma e magoa pessoas que não queremos machucar mas por fim é isso q fazemos. Por que é tão dificil ficar distante dos problemas, se eles não te procuram tanto assim? Por que correr atrás da felicidade se ela mesma não quer te alcançar? São tantas perguntas e nenhuma resposta...
Talvez eu precise de ajuda, ou ao menos colocar minha cabeça no lugar... Eu preciso de um único instante pra saber se é verídico ou não... Eu preciso Viver....