quinta-feira, 12 de março de 2009

Envolvida por Drummond.

Ser - Carlos Drummond

O filho que não fiz
hoje seria homem.
Ele corre na brisa,
sem carne, nem nome.

Ás vezes o encontro
num encontro de nuvem
apóia em meu ombro
sem ombro nenhum.

Interrogo meu filho,
objeto de ar:
em que gruta ou concha
quedas abstrato?

Lá onde eu jazia,
responde-me o hálito,
não me percebeste,
contudo chamava-te
como ainda te chamo
(além, além do amor)
onde nada, tudo
aspira a criar-se.

O filho que não fiz
faz-se por si mesmo.


Nesse momento, não sei o que essa poesia pode significar. Mas quando a leio sinto que alguns sentimentos, que estavam adormecidos renascem. Não tenho muito tato para lidar com meus próprios sentimentos e muito menos quando outras pessoas estão envolvidas.
Sempre me pergunto, o que está acontecendo? Como se o espelho fosse me responder, mas isso não acontece. Apago a luz, fecho a porta do meu quarto e tento mais uma vez dormir e ter sonhos... Sonhos? Por que eles nunca me trazem boas recordações quando os recordo? Não era pra me sentir mais aliviada quando acordo?
Não o sei o que falta em mim, só sei que tem uma parte que não está se encaixando e não sei onde encontrá-la. Será que a perdi, ou nunca tive?
Envolta por esses pensamentos, sempre bate um sentimento de culpa, mesmo que não saiba pelo quê exatamente. O que está acontecendo comigo?! Não sei... e ainda não encontrei a resposta de mais uma pergunta que me faço nesses anos.

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